sábado, 1 de dezembro de 2012

Política Externa do Império


Guerra do Paraguai (1864-1870)

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Ocorreu em 1864, e teve início com a invasão do Paraguai na província do Mato Grosso, sendo o maior conflito armado que já ocorreu na América do Sul e que o Brasil se envolveu. Teve início a partir da ambição do ditador Francisco Solano Lopes, que tinha como objetivo aumentar o território paraguaio e obter uma saída para o Oceano Atlântico, através dos rios da Bacia do Prata. Ele iniciou o confronto com a criação de inúmeros obstáculos impostos às embarcações brasileiras que se dirigiam a Mato Grosso através da capital paraguaia. Rivalidades platinas e a formação de Estados Nacionais provocaram um confronto que destruiu a economia e a população paraguaia. 

Desde a independência, os governantes paraguaios afastaram o país dos conflitos armados que aconteciam região Platina. A política isolacionista paraguaia, porém, chegou ao fim com o governo do ditador Francisco Solano López. 

Em 1864, o Brasil estava envolvido num conflito armado com o Uruguai. Havia organizado tropas, invadido e deposto o governo uruguaio do ditador Aguirre, que era líder do Partido Blanco e aliado de Solano López. O ditador paraguaio se opôs à invasão brasileira do Uruguai, porque contrariava seus interesses. 

Como retaliação, o governo paraguaio aprisionou no porto de Assunção o navio brasileiro Marquês de Olinda, e em seguida atacou a cidade de Dourados, em Mato Grosso. Foi o estopim da guerra. Em maio de 1865, o Paraguai também fez várias incursões armadas em território argentino, com objetivo de conquistar o Rio Grande do Sul. Contra as pretensões do governo paraguaio, o Brasil, a Argentina e o Uruguai reagiram, firmando o acordo militar chamado de Tríplice Aliança. 

Antes da guerra, o Paraguai era uma potência econômica na América do Sul e era o país mais independente das nações europeias. O que para Inglaterra era ruim já que os demais países latino-americanos eram dependentes do seu império. E esse foi o pretexto para os ingleses ficarem do lado da tríplice aliança, emprestando dinheiro e oferecendo apoio militar. 

A Guerra do Paraguai durou seis anos, período em que ocorreu diversas batalhas As forças militares brasileiras, chefiadas pelo Almirante Barroso, venceram a batalha do Riachuelo, libertando o Rio Grande do Sul. Em maio de 1866, ocorreu a batalha de Tuiuti, que deixou um saldo de 10 mil mortos, com nova vitória das tropas brasileiras. 

Em setembro, porém, os paraguaios derrotam as tropas brasileiras na batalha de Curupaiti. Desentendimentos entre os comandantes militares argentinos e brasileiros levaram o imperador Dom Pedro II a nomear Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, para o comando geral das tropas brasileiras. Ainda assim, em 1867, a Argentina e o Uruguai se retiraram da guerra. Ao lado de Caxias, outro militar brasileiro que se destacou na campanha do Paraguai foi o general Manuel Luís Osório. 

Sob o comando supremo de Caxias, o exército brasileiro foi reorganizado, inclusive com a obtenção de armamentos e suprimentos, o que aumentou a eficiência das operações militares. Fortalecido e comandado por Caxias, as tropas brasileiras venceram sucessivas batalhas, decisivas para a derrota do Paraguai. Destacam-se as de Humaitá, Itororó, Avaí, Angostura e Lomas Valentinas. 

No início de 1869, o exército brasileiro tomou assunção, capital do Paraguai. A guerra chegou ao fim em março 1870, com a Campanha das Cordilheiras. Foi travada a batalha de Cerro Corá, ocasião em que o ditador Solano López foi perseguido e morto. 

Nessa altura, Caxias considerava a continuidade da ofensiva brasileira uma carnificina e demitiu-se do comando do exército, que passou ao conde d'Eu, marido da princesa Isabel. A ele coube conduzir as últimas operações. 

Para o Paraguai, a derrota na guerra foi desastrosa. O conflito havia levado à morte cerca de 80% da população do país, na sua maioria homens. A indústria nascente foi arrasada e, com isso, o país voltou a dedicar-se quase que exclusivamente à produção agrícola. 

A guerra também gerou um custoso endividamento do Paraguai com o Brasil. Essa dívida foi perdoada por Getúlio Vargas, quase meio século depois. Mas os encargos da guerra e as necessidades de recursos financeiros levaram o país à dependência de capitais estrangeiros. 

A Guerra do Paraguai também afetou o Brasil. Economicamente, o conflito gerou muitos encargos e dívidas que só puderam ser sanados com empréstimos estrangeiros, o que fez aumentar nossa dependência em relação às grandes potências da época (principalmente a Inglaterra) e a dívida externa. Não obstante, o conflito armado provocou a modernização e o fortalecimento institucional do Exército brasileiro. 

O conflito seria o último de uma série de conflitos entre os países da região da prata e o Brasil, nomeados de questão da prata, que tiveram inicio em 1816, quando D. João tenta incorporar maior controle sobre o território, logo, também sobre o mercado e as produções dessa região. A Questão da Pratateve como principais conflitos quatro guerras, sendo elas: GUERRA DA CISPLATINA; GUERRA DA PRATA; GUERRA CONTRA ORIBE E ROSAS; GUERRA DO PARAGUAI. A Historicamente a região já havia sido objeto de disputa entre Portugal e Espanha, que parecia ter tido seu fim com o tratado da divisão de terras, mas tem recomeço com a vinda da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro. 

Com a maioria de seus oficiais comandantes provenientes da classe média urbana, e seus soldados recrutados entre a população pobre e os escravos, o exército brasileiro tornou-se uma força política importante, apoiando os movimentos republicanos e abolicionistas que levaram ao fim do regime monárquico no Brasil.



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Consequências da Guerra do Paraguai

Entretenimento

Parte 1

Parte 2


"O vídeo Guerra do Paraguai - A Guerra do Extermínio, apresenta as relações conflituosas entre Brasil e seus vizinhos (Uruguai, Paraguai e Argentina) na primeira metade Século XIX. As disputas por fronteiras, pelo controle da navegação na Bacia do Prata e as divergências políticas são relatadas como o motivo dessas relações conflituosas.

A primeira parte mostra a invasão do Uruguai pelo Brasil e a invasão do Brasil pelo Paraguai, o Tratado da Tríplice Aliança e as primeiras batalhas da Guerra do Paraguai. A segunda parte relata a crise econômica no Brasil e as dificuldades enfrentadas pelas tropas. Além disso, mostra a atuação do Marquês de Caxias diante das tropas brasileiras, as “Dezembradas” e os últimos acontecimentos que envolveram a Guerra do Paraguai."


A Questão Christie



A Inglaterra sempre exerceu uma grande influência sobra a economia brasileira, sendo privilegiada com a assinatura dos tratados de 1810. Quando o Brasil se tornou independente, a Inglaterra exigiu a renovação desses contratos, sabendo que o país sempre foi dependente financeiramente deles. Porém, o “clima ruim” entre esses dois países começou quando, o Brasil dificultou as vantagens que a Inglaterra exercia, criando a tarifa Alves Branco. 

Em 1861, houve um rompimento das relações entre Brasil e Inglaterra, devido a um acidente do navio inglês Prince of Walles , que afundou no litoral do Rio Grande do Sul junto com suas mercadorias. O embaixador William Christie acusou o Brasil de ter roubado suas cargas e exigiu do governo brasileiro uma indenização de 3200 libras que arcasse com os prejuízos. Em 1862 três oficiais ingleses embriagados foram presos no Rio de Janeiro, e Christie quis que os policiais brasileiros fossem punidos, mas como o Brasil não aceitou as imposições, o embaixador apreendeu cinco navios brasileiros. No ano seguinte o rei da Bélgica, Leopoldo I foi responsável por mediar essa questão, mas antes de sua decisão, D. Pedro II decidiu que pagassem a indenização. Depois disso Leopoldo estabeleceu que a Inglaterra deveria pedir desculpas ao Brasil, o que acabou ocasionando o rompimento entre esses dois países. 

As desculpas só foram pedidas em 1865 por um embaixador inglês que servia na Argentina.

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