Mudanças Sociais e a Crise Geral do Império

Mudanças Sociais

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Charge que critica a Abolição da Escravatura

As mudanças sociais ocorridas durante o período Imperial até a Proclamação da República caminharam lado a lado com as mudanças econômicas sofridas pelo Brasil.

Os grandes proprietários de terra e escravos que influenciaram na independência mantinham- se no poder, garantindo seus interesses e a sua permanência no topo da classe econômica.

A partir de 1830 o Brasil se moderniza com o café, que tornava-se a base da economia. Com as mudanças no mercado econômico foi surgindo uma nova classe econômica, que ascendeu graças à desvalorização de outros produtos.

Surgem, portanto, os barões do café, conhecidos posteriormente como burgueses, que devido sua atual importância, reivindicavam maior participação em assuntos políticos no Brasil e começavam a adaptar-se as modernidades, por exemplo, trocando a mão de obra escrava pela imigrante europeia .

Novas estradas e mecanização na produção: as antigas fazendas rústicas transformavam-se em grandes fazendas mecanizadas e seus donos em admiradores da arte e moda francesa. O conhecimento da música, dança e língua francesa transformava-se em um sinônimo de nobreza e essencial para que os burgueses se adequassem.

Crise Geral do Império

Partindo do ponto religioso, o Estado passava por uma fase de conflitos com a Igreja, que após a Constituição de 1824 encontrava-se submetida a este através do beneplácito, que dava ao Imperador o direito de intervir em questões da Igreja e proibir qualquer determinação deste caso tal determinação não seguisse sua vontade

O ponto principal de tal conflito era o fato da Igreja querer separar católicos de maçons e o Imperador proibir tal atitude. Descumprindo as ordens do Imperador, dois bispos continuaram seguindo as ordens iniciais da Igreja e foram presos.

Tal fato reforçou o conflito e mesmo depois de os dois bispos terem sido libertados, a Igreja rompeu suas relações com o Império.

Já os conflitos entre o Império e os militares eram motivados pela falta de investimentos imperial. Baixos soldos, pouca aparelhagem e uma promessa não cumprida: após a guerra contra o Paraguai ,onde o Exército se fortaleceu, o governo havia prometido às famílias dos combatentes mortos e feridos uma pensão, porém, ela não foi dada. Além disso, os militares não obtiveram o prestígio esperado e não possuíam relação muito amigável com a população.

Além disso, qualquer militar que se manifestava politicamente sem ordens explícitas do Imperador era punido severamente, como, por exemplo, o Coronel Cunha Matos, que denunciou a corrupção dentro da corporação, e o Coronel Sena Madureira, que se manifestou contra a reforma do Montepio Militar, e foram presos, desencadeando uma revolta militar.

Devido a essas revoltas, o governo se viu obrigado a libertá-los. Ainda assim, futuramente, os militares apoiariam a República.

No tocante à questão republicana, podíamos observar:

• 1870: Manifesto Republicano (RJ) - dissidência radical do Partido Liberal.
• 1873: Fundação do PRP (Partido Republicano Paulista), vinculado a importantes cafeicultores do Estado.
• O abolicionismo estava em contradição com o escravismo defendido por velhas elites aristocráticas cariocas.
• A ideia do Federalismo - maior autonomia estadual
• Apoio de classes médias urbanas, também pouco representadas pelo governo imperial.

A Inglaterra exerceu uma grande influência para que o Brasil assumisse uma postura abolicionista. Com a revolução industrial necessitava-se de novos mercados consumidores. Os negros, sendo livres, iriam tornar-se assalariados e, consequentemente, consumidores. Como já dito anteriormente, ao acabar com o tráfico de escravos, a aristocracia tradicional é ferida, e como consequência o Império é atacado por todos os setores, e é associado ao atraso e decadência.

Após a Guerra do Paraguai, em 1870, a sociedade mobilizou-se e assumiu uma posição abolicionista clara e direta e começou a considerar o Império fonte de atraso e decadência.